segunda-feira, 28 de maio de 2018

SAFE - 1ª TEMPORADA




Tonight's the night. Chegou a hora de falar sobre Safe.

Quem me conhece sabe minha paixão alucinada por Dexter - uma série que foi extremamente marcante pra mim e que estará, pra todo o sempre, na minha mémoria afetiva. Por muito tempo, fui absolutamente alucinada pelo Michael C. Hall. Assisti Six Feet Under também e ele nunca, absolutamente, jamais decepciona. É sempre um show de atuação, de entrega, de personagens impecáveis, etc favor me deixar superestimar ele em paz, obrigada

Com Safe não foi muito diferente. Comecei a assistir obviamente por causa dele e, depois, vi que trata-se de uma série de Harlan Coben, autor de vários best-sellers que, eu confesso, nunca li. Apesar de gostar do gênero, tenho uma certa resistência com enredos policiais, já que as vezes se tornam muito inverossímeis e improváveis. Eu sei que ficção é ficção, mas  acho que só admito isso mesmo nas histórias fantásticas favor permitir minha contradição em paz, obrigada

Embora eu não possa falar dos livros de Harlan Coben, posso dar minhas impressões sobre Safe, já que assisti todos os oito episódios da primeira temporada. Michael C. Hall, nosso eterno Dexter, vive Tom Delaney, um cirurgião, recém viúvo, que se vê em um drama pessoal quando sua filha mais velha, Jenny (Amy James Kelly) desaparece em uma festa. 

A partir desse momento, o espectador é levado a uma teia de mistérios envolvendo diversas pessoas do condomínio onde Tom Delaney vive. Aos poucos, a vida obscura de todos os personagens envolvidos na trama vão se descortinando e um universo de suspense é criado, nos prendendo na série episódio após episódio.

Passamos a conhecer toda a vizinha do condomínio e a descobrir pequenos e grandes segredos: #contémspoiler

 - Descobrimos que Tom perdeu a esposa para o câncer há pouco menos de um ano e que sua esposa tem algum segredo - se culpa por algo que aconteceu.
- Conhecemos Sophie (Amanda Abbington - que faz a Mary em Sherlock), uma vizinha, policial, que logo descobrimos ter sido amante de Tom. Esse núcleo tem vários pequenos mistérios, como marido de Sophie que mora em um trailer e o filho que chega da mesma festa que Jenny desapareceu com a camiseta suja de sangue
- Somos apresentados a Pete Mayfield (Marc Warren), melhor amigo de Tom, que buscou Jenny na festa e a deixou na frente do condomínio e que aparece adentrando em um local sempre de forma suspeita e as escondidas. Pete também (descobrimos mais adiante) tem uma filha que se infiltra na polícia misteriosamente para se aproximar do pai.
- Conhecemos a família Chahal - Zoé Chahal (Audrey Fleurot), professora acusada de sair com um aluno já no início da série e mãe de Chris Chahal (Freddie Thorp), namoradinho de Jenny e morto na festa em que Jenny desapareceu.
- Por último, e não menos importante, descobrimos que a família Marshal escondeu o corpo de Chris e que a filha de Jojo (Nigel Lindsay), Sia (Amy-Leigh Hickman), possui uma personalidade meio psicopata e esconde muitos segredos sobre a noite em que Chris morre e Jenny desaparece.

Todos esses mistérios são muito interessantes, mas eis o problema: a maioria dos desfechos são absolutamente desinteressantes e clichês, dando aquela sensação de que a aura de mistério foi construída para prender, de forma enganosa, o espectador à trama. É uma sensação de engodo mesmo (na minha opinião evidentemente), por isso a credibilidade da série foi meio afetada pelos desenlaces criados no roteiro.

Alguns outros momentos são tão inverossímeis que chega a ser revoltante. Por exemplo (#contémspoiler), o momento que Sia dá uma paulada na cabeça do vizinho que invade a casa, amarrando ele no banheiro, enquanto eles estão tentando transportar o corpo de Chris. Lembre-se: estamos falando de uma família comum, morando num condomínio comum, sem nenhum precedente psicopata ou criminoso até então. A própria dinâmica da família escondendo o corpo de Chris levando pra lá e pra cá olha, um corpo, me segura que eu quero arrastar pra tudo que é lado é, muitas vezes, totalmente descontextualizada.

O grande suspense da trama, o desaparecimento de Jenny, embora acabe sendo explicado, tem um fundamento totalmente raso. (#contemspoiler) A garota descobre os segredos da mãe e de mais alguns de seus antigos colegas de faculdade (a maioria moradores do bairro) e decide não querer voltar mais pra casa pra descobrir o mistério, se alojando na casa da vizinha imediatamente ao lado da sua. O "mistério" que envolve a mãe é, da mesma forma que todos os suspenses da trama, uma história meio sem fundamento. A mãe, e mais alguns amigos, entre eles a própria Sophie, teriam ateado fogo à escola quando adolescentes, matando acidentalmente alguns alunos, o que resultou em um pacto entre eles pra isso nunca viesse à tona.

(#contem spoiler) No fim, descobrimos que Chris e Jenny estavam muito próximos de descobrir esse mistério, o que resultou na morte de Chris (por Sophie) e colocou em risco a vida de Jenny, raptada pelo ex-namorado da mãe na adolescência. Todos motivados por manter intacto o segredo. Aliás, Sophie ter virado uma assassina pra esconder esse crime, que já estava até prescrito, é demais pra mim (rsrs brincadeira, eu não sei como funciona a prescrição lá na Inglaterra).

A atuação do elenco também não me agradou. Vemos atuações totalmente superficiais ou, em contraponto, escandalosamente exageradas. O núcleo Marshal é totalmente teatral. Só Dexter salva, ou Tom rsrs, já que Michael C. Hall eleva muito o nível da trama, mesmo com aquele sotaque inglês carregado e forçado (o maior mistério do roteiro rsrs). Li alguma coisa sobre ele ter sido obrigado a estrelar para que a série fosse lançada - com razão. Sem ele, a série resultaria, na minha opinião, em um fracasso total.

Não recomendo pra quem tem uma infinidade de outras opções ou pra quem tem séries muito melhores (como Dark, por exemplo) ainda pendentes. Quem, no entanto, já consumiu todo o catálogo do Netflix ou para os apaixonados por Dexter ou Harlan Coben, vale assistir, já que não há o que não nos acrescente nessa vida. Não é mesmo?

Um comentário:

  1. Tenho este mesmo entendimento.
    Tem momentos que a história gira em círculos e haja paciência.🤔

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