Eu conhecia a
história do Fantasma da Ópera muito vagamente, mas passei a me
interessar por ela quando fui assistir a um musical há mais de vinte
anos em cartaz, no Teatro de Londres. Fui buscar maiores informações
desse clássico romântico, e me deparei com um filme igualmente
ótimo – também um musical – estrelado por Gerald Butler, na
melhor performance do fantasma. Desconheço o filme antigo, mas
recentemente finalizei a leitura do livro de Gaston Leroux, que deu
origem a tanto material de produção.
A
história é criativa: Um homem solitário vivendo nos porões de uma
ópera hipnotiza uma menina jovem e ingênua (Cristine Daeé) com a
sua sensibilidade musical e talento de um virtuose. Na melhor
vibe paixão professor/aluna, os dois se entrelaçam numa
história romântica platônica. Pra variar, um dos mandamentos do
romance é um triângulo amoroso, completado, nesse caso, pelo Raoul
(Visconde de Chagny). O livro é menos romântico que os musicais.
O
Erick (o Fantasma) não é, nem de perto, lindo e maravilhoso como o
Gerard Butler.
Nem é um
ser tão encantador. Na verdade, ele é sim muito persuasivo – mas
é o tipo de persuasão que mete medo e não que provoca os ardores
da paixão. O Fantasma do livro é insano e é quase-do-mal, não
fosse pela sensibilidade artística que encanta também ao leitor.
E tem a
história pregressa do Erick que também ficamos sabemos mais
profundamente no livro, mas não totalmente. No filme ele só aparece
numa jaula, sendo resgatado pela Madame Giry. No livro o vínculo de
amizade (ou o mais próximo disso) é com o Persa. E descobrimos que
o fantasma da Ópera – apesar do livro não explicar suas origens
– andou pela Pérsia trabalhando para uma espécie de Rei e que se
especializou em ilusionismo, criando um quarto dos suplícios (aquele
quarto de espelhos que Raoul é preso no filme).
Na
película o fim é mais ameno, com a morte de Daeé e a suposta
sobrevivência do Erick, nosso Fantasma, que deixa uma flor com um
laço preto no túmulo da protagonista (o Raoul também segue vivo).
No livro o final é mais trágico, Cristine e Raoul optam por uma
vida de reclusão (mas obviamente feliz) e Erick morre logo depois
dos trágicos acontecimentos, sendo enterrado por Daeé nos porões
da Ópera.
Recomendo
ambos. O livro é mais denso, por óbvio. Mas pra quem busca mais
romance e menos drama, o filme é mais encantador.
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